Uma amiga vai fazer a bariátrica depois de amanhã. Ela vai fzer pelo mesmo cirurgião e hospital que eu, por indicação. Tenho acompanhado bem o processo dela para dar todo o apoio. Ontem, faltando 3 dias fui almoçar com ela e ela está bem. Claro, com preocupações como é o esperado, mas muito mais controlada do que eu lembro que estava nessa altura do campeonato.
Positivamente, estou tentando bem aos poucos utilizer o acompanhamento e a torcida pelo processo dela, me reaproximar um pouco da minha propria jornada de emagrecimento pós bariátrica. Como é sabido, manter esse blog me ajudou muito nessa jornada. Mas no processo de engorda pós emagrecimento eu nem mais me aproximei dele. O "Facebook da cirurgia" que eu fiz na época e do qual eu me superalimentei na época canalizando a falta da comida na época… até hoje não tive coragem de entrar novamente. Acho que lá a troca e o convívio social com as outras pessoas era mais próximo e eu tinha uma identidade… Dessa forma eu identifico duas dificuldades principais:
-rever minhas fotos e especialmente meus posts da época, ou seja, um mindset que está tão distante do meu atual.
- as pessoas que me "conheciam" e viam o sucesso que alcancei, enterrado nos meus 44kg a mais.
Aqui é um pouco diferente, é meu canto. É o quarto da adolescente que entra e fecha a porta e ali vive seu mundo, ao seu próprio modo, com seus próprios monstros e prazeres. Sua realidade. seu pedaço de mundo.
Essa aproximação aconteceu, por exemplo, quando ontem, faltando 3 dias para a cirurgia dela, eu fui ler o post que eu escrevi esse post: faltando 3 dias para a cirurgia.
Ainda não é fácil sair lendo todos os posts, mas, vamos ver.
Ontem em nossa conversa falamos mutio sobre as dificuldades da vida de obeso, sobre emagrecimento, sobre percepção, vida, enfim… Tenho certeza que ela vai conseguir. Mas também foi empolgante pensar que eu também posso fazer meu sucesso novamente. Podemos viver esse processo. Sentir as roupas ficando grandes, mais disposição para se mexer e mais disposição até para continuar. Quando a gente começa a sentir o resultado, a gente cria um pouquinho mais de força. Agora, relendo esse post pré-cirurgia fiquei pensando se aquela mulher que o escreveu ficaria triste com essa de hoje que está escrevendo agora. Lá ela falava que tinha consciência do quanto precisaria ser forte e que a cirurgia seria um excelente pontapé inicial para lembrá-la do quanto vale a pena. Claro, provavelmente essas dezenas de quilos a mais não é o que ela esperava. No entanto, gostaria de contar com a minha auto indulgência que, apesar de rara, pode me ajudar a me dar uma segunda chance.
Minha amiga está fazendo mil planos para o seu processo de emgrecimento, metas, projeções, lousa para anotar os kgs a menos. Que gostoso! Na época da cirurgia eu não fiz isso para evitar qualquer frustração e também porque eu estava muito focada na recuperação do bem estar e da saúde, não tinha feito metas de peso. Mas toda vez que tentei voltar ao meu peso através das dietas depois, eu me via nesse planejamento. Eu tenho um arquivo em que eu anoto meu peso (nas épocas em que estou com coragem de olhar para esse tema, claro!).
Atualmente que estou fazendo a minha dieta #depoisdedepois também. Inclusive é a primeira coisa que a gente faz. É muito mais gostoso fazer projeções e imaginar o emagrecimento do que fazer a dieta de fato, rs Faz mais ou menos um mês e meio que comecei essa dieta e não consegui alcançar nenhuma das minhas metas semanas (que são bem arrojadas, como obviamente prediz toda ansiedade obesa, rs). Mas estou tentando pensar que tem sido um tempo de ajuste para eu conseguir descobrir qual é o meu caminho atual para alcançar esse objetivo. Quero poder comemorar com ela suas vitórias me sentindo melhor também. Ajudou que anteontem a balança mexeu (88,4kg), ontem manteu e hoje mexeu mais um pouco (87,9kg). Isso me empolga de que me esforçando o tanto que estou, eu terei resultado. O que me mata é me ferrar feito uma louca e não ter resultado, não sentir resultado. Quero muito que isso se mantenha para ir me empolgando...
