"Eu sei o que eu vi." - Sobre os episódios de descontrole dessa semana.
Sabe.. tem vezes que vc não quer saber se vc está errada. Até pq isso é muito claro. Não, eu não estou certa e também não gosto do que vejo. Pior pq tb não gosto do que sinto, não gosto do que sou. Se eu pudesse, provavelmente eu me abandonaria também. O que faz do meu lugar, um lugar bem solitário e hostil. Bem solitário e hostil. Bem solitário e hostil. Bem solitário e hostil. Bem solitário e hostil. Bem solitário e hostil. Não tem onde eu queira estar. Ou pelo menos um lugar, ou fazendo algo que dure mais que um pequeno prazo.
Mas para mim, é muito difícil cogitar ser censurada. Será que é por que já faço isso muito? Ou pq quando quero me livrar disso (virar as costas para todo tipo de censura), não aceito ou não aguento que alguém me venha por de cara com o que eu quero ignorar.
Além da ansiedade, dificuldades e angústias do dia a dia, agora tem a minha própria condição quando isso acontece. A falta de limite. A falta de qualquer fronteira, censura, atenção ou consciência. E mais falta de limite. É extremamente incômodo, mas eu sei que é alguma fronteira. De alguma forma, ainda tem ação sobre mim.
Na terapia já falamos sobre o benefício dessa fronteira externa. Do quanto isso pode ajudar nesse momento como agora. Em que minha voz sedutora que cria porquês, razões e ludibria estava ganhando força. Mas tanto lá quanto agora, o meu medo é de refutar isso de uma forma perigosa. Ou que pode de fato me fazer desistir. Ou pelo menos te mostrar mais escuridão do que costumo, ou até mais escuridão do que você suportaria ver. Se "você sabe o que você viu". Imagina só o que não viu.
Pode ser apenas mais uma manobra da minha voz interna que me puxa para lá.. mas fico com a impressão que é melhor eu me digladiar aqui, mas secretamente me preocupando com você, em poupar um pouco ou manter certas fronteiras... do que me digladiar abertamente com você.. e te mostrar ainda mais do que você não vai gostar de ver.
Não consigo pensar em fazer (ou alguém pensar que estou fazendo) algo porque alguém quer assim (vc ou qq outra pessoa). Sim, consigo ver o tamanho da presunção aí. Mas me deixa a flor da pele, revoltada. Alguém mandar em mim? Será que é isso que eu penso/sinto? Tenho medo desse embate direto me empurrar para o outro lado. Isso também não sei se é assim, ou faz parte da voz interna articuladora que está com esse argumento pronto caso você venha falar comigo.
Eu sei. Estou melhor aqui emburrada no quarto do que se tivéssemos cedido ao primeiro pedido (essa é a voz da razão falando). Mas estou ansiosa, inquieta, parece que vou implodir. Meu cérebro não pára de imaginar formas de sair daqui. De "fazer o que eu quiser". Parece que atiça mais..
#2022 #nocanada
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